Na noite de terça-feira, 25 de novembro de 2025, o reality show A Fazenda 17 virou palco de uma das cenas mais conturbadas de sua história. Enquanto os holofotes iluminavam a casa em Itapecerica da Serra, o concorrente Walério Araújo, designer de moda e ex-participante de programas de TV, disparou um ataque direto contra Dudu Camargo, jornalista de 42 anos e ex-apresentador do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). "Quer briga, porrada esse. Dudu, dá um Google aí, por que ele foi expulso da emissora. Psicopata", disse Walério, em tom de desafio, durante conversa privada com a influenciadora Maria Caporusso. A frase, captada por microfones escondidos, explodiu nas redes sociais em minutos — e trouxe à tona um passado que muitos tentavam esquecer.
Um passado sombrio: o caso do micro-ondas
O comentário de Walério não foi meramente um ataque emocional. Ele se referia a um incidente que abalou a imagem de Dudu Camargo em junho de 2023. Na época, ele foi demitido do SBT após ser acusado de defecar em seu camarim, limpar-se com uma toalha e escondê-la dentro de um micro-ondas — um ato que, segundo funcionários da emissora, foi descrito como "deplorável" e "incompatível com a imagem institucional". A matéria, divulgada por UAI e IBahia, gerou ondas de indignação. Não era só o ato em si, mas a tentativa de ocultá-lo. A SBT, fundada por Silvio Santos e sediada em Osasco, não emitiu um comunicado formal, mas o silêncio foi mais eloquente que qualquer nota. Dudu nunca se desculpou publicamente. E nunca explicou.Além do micro-ondas: a justiça o alcança
Mas o escândalo não termina por aí. Em 2 de outubro de 2025, o jornal Itatiaia revelou que Dudu Camargo havia sido servido com mandados judiciais no interior de São Paulo, dentro da própria sede de A Fazenda 17. O processo é de 2021 — e já dura quase quatro anos. Em 1º de dezembro daquele ano, enquanto apresentava o Primeiro Impacto, Dudu bateu em um táxi na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, em São Paulo, ao fazer uma conversão proibida. Segundo relatos da Polícia Militar, ele tentou fugir do local. O motorista, Lucas Antônio Severino, de 45 anos, e a proprietária do veículo, Roseli Fontes Fernandes Rodrigues, de 52, entraram com uma ação pedindo R$19.400 em danos materiais, morais e lucros cessantes. A juíza Ana Carolina Netto Mascarenhas, da 3ª Vara de Pequenas Causas de São Paulo, autorizou a intimação direta no programa — algo raro, mas possível quando o réu se esquiva.Outro escândalo: o cocktail perigoso
Menos de quatro dias antes, em 21 de novembro, outro episódio sacudiu a casa. Fabiano Moraes, empresário e pai da influenciadora Viih Tube, afirmou em entrevista ao Terra que havia misturado álcool com suplemento pré-treino e oferecido a Dudu. "Foi uma brincadeira maluca", disse ele. Mas especialistas alertaram: a combinação pode causar taquicardia, hipertensão e até parada cardíaca. O público exigiu a expulsão de Fabiano. Mas a produção do programa liberou gravações que mostram Dudu recusando a bebida. Ele nem provou. Ainda assim, a nuvem de suspeita persiste — e acredita-se que o gesto tenha sido intencional, para criar um clima de tensão.
Um passado ainda mais pesado: o caso Simony
Dudu Camargo não é novo em polêmicas. Em 2019, foi condenado judicialmente pelo 1º Juizado Cível da Barra da Tijuca a pagar R$30.000 à cantora Simony, ex-integrante da banda Patrulha do Espaço, por assédio sexual. O caso foi arquivado como "atos de natureza moral", mas a sentença foi mantida. Simony nunca falou publicamente sobre o valor recebido — mas a decisão judicial foi um sinal claro: o comportamento de Dudu já havia sido avaliado e reprovado pela justiça.Por que isso importa?
Enquanto isso, o público continua dividido. Nas pesquisas da Realtime Polls Brazil, entre 1º e 24 de novembro de 2025, Dudu Camargo aparece com 23,7% de probabilidade de vitória — o maior índice entre os 12 finalistas. Alguns veem nele um sobrevivente, um homem que enfrenta o julgamento público com frieza. Outros, um perigo disfarçado de carisma. A produção do programa, que já expulsou Gaby Spanic e Martina por agressão, parece hesitar. Será que o silêncio é estratégia? Ou medo?
O que vem a seguir?
A Justiça pode exigir a suspensão imediata de Dudu se ele for considerado inapto para participar — como ocorreu com outros concorrentes em edições anteriores. Mas o contrato da Record TV não prevê expulsão por processos civis, apenas por crimes ou agressão física. O que está em jogo, então, não é apenas a lei — é a moral coletiva. Será que o público vai continuar votando em alguém que, segundo muitos, é um "psicopata"? Ou o show, que vive de drama, vai se aproveitar disso até o fim?Frequently Asked Questions
Por que o caso do micro-ondas ainda é tão relevante?
O caso do micro-ondas, em 2023, não foi apenas um episódio vergonhoso — foi um sinal de desrespeito profissional e de falta de empatia. A SBT, uma das maiores emissoras do país, demitiu Dudu sem explicação pública, o que reforçou a gravidade do ato. Para o público, isso não é um "erro de jovem", mas um padrão de comportamento. A memória coletiva é forte, e o fato de ele não ter se desculpado piorou a percepção.
Dudu Camargo pode ser expulso de A Fazenda 17 por causa das ações judiciais?
Tecnicamente, não. O programa só pode expulsar por agressão física, crimes ou violação de contrato. Processos civis, como o de acidente de trânsito, não são motivo automático. Mas a pressão da opinião pública e a imagem tóxica podem forçar a produção a agir — como aconteceu com outros participantes em 2021, quando o julgamento midiático superou a legislação.
O que acontece se Dudu vencer A Fazenda 17?
Se vencer, receberá R$2 milhões — mas provavelmente enfrentará uma onda de críticas sem precedentes. A vitória não será celebrada como uma conquista, mas como um paradoxo: o vencedor mais odiado da história do programa. A produção pode até tentar minimizar, mas a memória do público é duradoura. Muitos espectadores podem boicotar a cerimônia de premiação.
Por que a mídia insiste em reviver esses escândalos agora?
Porque o reality show é um espelho da sociedade. Quando alguém entra em um programa de grande audiência com um passado sombrio, o público exige transparência. A mídia não está "caçando" Dudu — está respondendo a uma demanda social: quem merece um segundo chance? E quem já perdeu o direito a ela? O caso dele é um teste de ética coletiva.