Crise histórica atinge o SBT um ano após a morte de Silvio Santos

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Crise histórica atinge o SBT um ano após a morte de Silvio Santos
18 ago
Adrielle Estheffane ago 18 2025 0

O SBT sem Silvio Santos: um vazio difícil de preencher

Não tem como ignorar: desde que Silvio Santos partiu, o SBT mergulhou em uma turbulência raramente vista. Em agosto de 2025, completa um ano sem o maior ícone da televisão brasileira. Sem ele, a emissora perdeu mais do que um apresentador carismático: perdeu sua bússola.

Silvio sempre foi quem tomava as decisões finais, mexia na grade, surpreendia diretores e dava aquele toque pessoal que fazia o SBT ter identidade. Agora, quem vê a programação sente o clima pesado de incerteza – você muda de canal e descobertas repentinas, quadros sendo removidos de forma quase improvisada, e muita gente olhando para a tela com aquela cara de "ué?".

A diferença é visível nos números. O SBT, que sempre brigou de igual para igual com a Record pelo segundo lugar, hoje aparece mais ameaçado pela Band, situação antes impensável. Quem trabalha nos bastidores também sente: demissões cortando mais de 100 funcionários, diretores veteranos saindo, áreas inteiras desmontadas. Muitos dos nomes fortes, como Murilo Fraga (depois de quase 40 anos de casa), Ariel Jacobowitz e José Roberto Maciel, simplesmente não aguentaram as mudanças e seguiram caminho fora dali.

Reviravoltas internas e instabilidade no ar

A instabilidade se repete nas decisões do alto escalão, agora sob o comando de Daniela Beyruti. A presidência mudou de mãos, mas o SBT parece nunca se decidir. Um dos exemplos mais marcantes foi a dança de cadeiras dos programas matinais. No início de agosto, a emissora anunciou mudanças drásticas: troca de horários do jornalismo, programa infantil "Bom Dia & Cia" pegando a faixa de almoço na Grande São Paulo. Só que, duas horas depois, tudo foi anulado. E o público? Fica perdido e desmotivado.

Claro que o SBT já mostrava sinais de cansaço antes. As apostas em novos formatos continuam tímidas. O que salva um pouco a audiência são os velhos conhecidos: reprises de novelas mexicanas e do eterno "Chaves". Mas ninguém aguenta só revirar o baú. Quem liga a TV quer novidade, segurança, um laço renovado com a programação – e isso está bem longe de acontecer por lá.

A direção até tentou justificar: "mudanças são necessárias para sobreviver no mercado atual". Mas do outro lado, falta clareza sobre para onde a emissora quer ir. O mercado sente, o público percebe. O legado gigantesco deixado por Silvio Santos, esse sim continua presente, provocando saudade e lembrando que a falta não é apenas de um apresentador, e sim, de um comandante capaz de unir todas as peças do SBT. Sem essa liderança firme, a rede enfrenta o desafio mais complicado da sua história – e não dá para prever se sairá dessa mais forte ou apenas sobrevivendo na sombra de seus melhores anos.

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Adrielle Estheffane

Sou jornalista especializada em notícias diárias do Brasil. Gosto de explorar e escrever sobre eventos atuais e suas implicações na sociedade. Minhas reportagens buscam informar e provocar reflexão nos leitores, sempre com um olhar crítico e detalhado.

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