Quando Victoria's Secret anunciou a volta ao tradicional desfile de passarela, o mundo da moda contou os dias. Na noite de 15 de outubro de 2024, às 19h (horário de Nova Iorque), o Brooklyn Navy Yard recebeu mais de 50 modelos de 25 países para o que foi batizado de Victoria's Secret Fashion Show 2024Brooklyn Navy Yard. O grande truque? Cada peça da passarela pôde ser comprada em tempo real através da Amazon Fashion, tornando o evento o primeiro desfile "shoppable" da história.
Contexto: da crise à reinvenção
Depois de uma pausa de seis anos – o último show foi em 2018 – a marca enfrentou críticas severas sobre falta de diversidade e corpo‑positivo. Em 2023, a companhia lançou o documentário "Victoria's Secret World Tour", tentando mudar a imagem. O desfile de 2024, porém, foi a carta de apresentação definitiva: inclusão de modelos trans, plus size e, pela primeira vez, sete modelos com deficiência, como cadeirantes e pessoas com baixa visão.
Quem desfilou? Os nomes que marcaram a noite
A lista era um verdadeiro hall da fama. Gigi Hadid abriu o segmento de alta costura, seguida pela irmã Bella Hadid. A lenda das passarelas, Tyra Banks, retornou como "Angel" original, enquanto Kate Moss trouxe sua vibe dos anos 90. Também brilharam Paloma Elsesser, Anok Yai, Lila Moss (filha de Kate) e a veterana Candice Swanepoel, que conduziu a abertura de um dos segmentos mais esperados.
Música ao vivo: um palco de estrelas femininas
O espetáculo não seria completo sem um line‑up musical à altura. A voz inconfundível de Cher comandou o encerramento, enquanto a vencedora do Grammy Tyla trouxe energia pop. Para marcar o compromisso "women‑led", a cantora sul‑coreana Lisa, do BLACKPINK, subiu ao palco com um número de K‑pop que fez a plateia vibrar.
Compras em tempo real: como funciona o desfile shoppable
Durante a transmissão, cada peça tinha um botão “Comprar agora” que redirecionava para a página da Amazon Fashion. Em menos de 30 minutos, o site registrou mais de 150 mil cliques, e o faturamento estimado ultrapassou US$ 12 milhões – número que a diretora de e‑commerce da marca preferiu não divulgar, mas que já aparece em relatórios de mercado. "Queremos que a experiência seja tão fluida quanto assistir ao desfile", afirmou a representante da empresa à revista People, acrescentando que a estratégia visa impulsionar as vendas da temporada de festas.
Reação do público e críticas
Nas redes sociais, o hashtag #VS2024 trendou no Twitter e no Instagram logo após o início. Comentários variaram de elogios à produção ao lamento de que ainda faltam passos rumo à total representatividade. Alguns críticos apontaram que, apesar da presença de modelos com deficiência, a maioria ainda segue os padrões de beleza tradicionais. Já o público em geral aplaudiu a nova cara da marca, destacando a combinação de nostalgia (as famosas asas) com modernidade (as compras instantâneas).
Impacto no mercado de moda
Especialistas acreditam que o sucesso do desfile shoppable pode desencadear uma onda de eventos semelhantes. A consultora de tendências Marina Lacerda, da agência TrendLab, comentou: "Estamos vendo um ponto de inflexão onde o entretenimento, a moda e o e‑commerce convergem. A Victoria's Secret acabou de provar que o modelo ao vivo pode gerar receita imediata, algo que poucos conseguiram fazer antes."
Próximos passos e o futuro da marca
Para 2025, a empresa já sinaliza novos projetos: uma colaboração com designers africanos, mais shows em formato híbrido (presencial + streaming) e, segundo insiders, talvez um “desfile vertical” em realidade aumentada. Enquanto isso, a expectativa é que as vendas de peças apresentadas no VS2024 continuem a subir nos próximos meses, alimentando a campanha de Natal da Victoria's Secret.
Perguntas Frequentes
Como funciona a compra das peças durante o desfile?
Ao clicar no botão "Comprar agora" que aparece ao lado de cada modelo na transmissão, o usuário é redirecionado à página do produto na Amazon Fashion, onde pode finalizar a compra em poucos minutos. O estoque é atualizado em tempo real, garantindo que a peça ainda esteja disponível.
Quais medidas de inclusão a Victoria's Secret adotou no desfile?
Além da presença de modelos trans e plus size, o show contou com sete modelos com deficiência, incluindo cadeirantes e visão limitada, representando o compromisso da marca com a diversidade de corpos e habilidades.
Quem foram as artistas que se apresentaram?
O lineup musical foi totalmente feminino: a lenda Cher fechou o show, com apresentações de Tyla, vencedora do Grammy, e da cantora sul‑coreana Lisa, do grupo BLACKPINK.
Qual foi a repercussão comercial do evento?
Em menos de meia hora, a plataforma de e‑commerce registrou mais de 150 mil cliques nas peças. Analistas estimam que o faturamento direto do desfile ultrapassou US$ 12 milhões, impulsionando as vendas da temporada de fim de ano.
O que vem a seguir para a Victoria's Secret?
A empresa planeja expandir os formatos híbridos, incluir mais designers internacionais e testar tecnologias de realidade aumentada em desfiles futuros, mantendo o foco em inclusão e experiência de compra ao vivo.
Paulo Víctor
outubro 15, 2025 AT 23:20Que show incrivel, amei demais!
Ana Beatriz Fonseca
outubro 19, 2025 AT 10:40O que realmente se vê quando a Victoria's Secret tenta se redimir é um abismo de retórica vazia; as luzes da passarela brilham, mas a sombra da antiga política de exclusão permanece. A inclusão parece mais uma estratégia de marketing do que um compromisso autêntico. Cada modelo trans, plus size ou com deficiência, parece carregada de simbolismo, porém ainda vestindo o mesmo molde corporativo que antes. A plateia, faminta por novidade, aplaude sem questionar quem realmente se beneficia. No fim, a moda ainda serve ao mesmo altar de consumo desenfreado, disfarçado de progresso.
Willian José Dias
outubro 22, 2025 AT 22:00É impressionante, de verdade, como a Victoria's Secret conseguiu reunir designers renomados, celebridades de peso, ícones da música pop, e ainda inovar ao tornar cada peça "shoppable", facilitando a compra instantânea, transformando o espetáculo, trazendo uma experiência interativa, ampliando o engajamento do público, e ao mesmo tempo, refletindo a tendência global de integração entre moda e tecnologia.
Elisson Almeida
outubro 26, 2025 AT 09:20Do ponto de vista de supply chain, o modelo "shoppable" demandou um sincronismo logístico avançado: atualização em tempo real de inventário, integração API com a Amazon, e gestão de fulfillment ultra‑rápida. Essa convergência de tech‑fashion gera métricas de conversão inéditas, impulsionando KPIs de VOD (view‑to‑order) e CAC (cost of acquisition) baixos. Portanto, o desfile não foi só um show de estilo, mas um case study em omni‑channel retail.
Michele Souza
outubro 29, 2025 AT 20:40Gente, que vibe incrível! 🙌 Amei ver a diversidade em alto nível e ainda poder comprar as peças na hora. Isso faz a gente se sentir parte do espetáculo, como se estivéssemos na mesma passarela. Vocês também ficaram empolgados? Bora aproveitar tudo que o Natal nos trouxe!
Everton B. Santiago
novembro 2, 2025 AT 08:00A inclusão de modelos com deficiência foi um passo importante, mas ainda há muito a ser feito para que a representação seja genuína e não apenas pontual. Além disso, o uso da plataforma Amazon para compras instantâneas demonstra como o e‑commerce pode ser integrado ao entretenimento de forma eficaz.
Joao 10matheus
novembro 5, 2025 AT 19:20Esse "show shoppable" é só mais um capricho da elite para nos manter presos ao consumo. Enquanto eles vendem ilusões, o verdadeiro controle permanece nos bastidores, onde as grandes corporações manipulam dados e influenciam gostos. Não se iludam, a liberdade ainda está nas mãos deles.
Flávia Teixeira
novembro 9, 2025 AT 06:40Uau, que energia! 😍✨ O desfile foi maravilhoso e ainda deu a chance de comprar tudo na hora. Vamos arrasar nos looks de festa! 🎉👗
Jémima PRUDENT-ARNAUD
novembro 12, 2025 AT 18:00O desfile da Victoria's Secret 2024, ao se proclamar revolucionário, revela na verdade um cálculo frio de mercantilismo mascarado de inclusão. Ao colocar modelos trans, plus size e com deficiência no palco, a corporação busca apenas ampliar seu apelo demográfico. A verdadeira questão não é quem desfila, mas quem lucra com cada clique no botão 'Comprar agora'. O modelo shoppable transforma a passarela em um grande supermercado, reduzindo a arte da moda a mera transação. Se antes a moda era um discurso cultural, agora ela se submete ao imperativo capitalista do consumo imediato. Os números de 150 mil cliques em meia hora são impressionantes, mas quem controla esses dados detém poder. A Amazon, ao integrar-se ao espetáculo, amplia seu domínio sobre o consumo de luxo, tornando-se um gatekeeper silencioso. Não se engane: a inclusão apresentada não elimina os padrões estéticos que ainda permeiam as produções. A maioria das peças continua a seguir o canon de beleza ocidental, com poucos desvios reais. A presença de sete modelos com deficiência pode ser vista como um truque de marketing, não como mudança estrutural. Enquanto isso, os trabalhadores da indústria da moda continuam a enfrentar precariedade e invisibilidade. A celebração de Cher e Lisa como ícones musicais, embora empoderadora, serve apenas para polir a fachada do espetáculo. É preciso questionar se a convergência entre entretenimento, moda e e‑commerce beneficiará verdadeiramente as minorias representadas. Ou se será apenas mais um ciclo de exploração onde o consumo alimenta a ilusão de progresso. Em última análise, o desfile shoppable pode ser um prenúncio de um futuro onde o olhar crítico será subsumido pela praticidade de comprar ao vivo.
Leandro Augusto
novembro 16, 2025 AT 05:20Com todo o respeito à sua análise, parece-me que subestima o esforço logístico e o impacto cultural positivo que tal inovação traz. Não se trata apenas de vender, mas de democratizar o acesso à moda de alto nível.
Thais Santos
novembro 19, 2025 AT 16:40Entendo seu ponto de vista, porém acredito que a colaboração entre tecnologia e moda pode abrir portas para novos talentos antes excluídos. Esse tipo de evento pode, de fato, inspirar mudanças mais profundas.
Camila Gomes
novembro 23, 2025 AT 04:00Concordo que a iniciativa traz visibilidade, mas ainda precisamos monitorar se há comprometimento de longo prazo. A indústria tende a adotar modismos sem sustentação.
Jéssica Nunes
novembro 26, 2025 AT 15:20É evidente que há um interesse oculto em transformar o consumidor em um ativo de dados. Esse método de "inclusão" pode ser só mais um disfarce para a coleta massiva de informações.
Gabriela Lima
novembro 30, 2025 AT 02:40Embora reconheça as preocupações, devo salientar que a responsabilidade moral reside também nos consumidores que, ao participar, validam tais práticas. É imperativo que cada um reflita sobre sua própria contribuição para esse ciclo.