Netanyahu e Putin: táticas idênticas que alimentam mortes civis em Gaza e Ucrânia

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Netanyahu e Putin: táticas idênticas que alimentam mortes civis em Gaza e Ucrânia
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Adrielle Estheffane out 3 2025 1

Quando Benjamin Netanyahu, primeiro‑ministro de Israel Governo de Israel e Vladimir Putin, presidente da Rússia Governo Russo foram citados na mesma coluna de Wálter Maierovitch, jurista e colunista do UOL Notícias, a ideia de que ambos empregam táticas idênticas para conquistas territoriais ficou ainda mais clara. Publicada em 31 de agosto de 2025, a análise alerta para a mortalidade civil crescente em Gaza e na Ucrânia, enquanto a International Criminal Court (ICC) mantém mandados de prisão contra os dois líderes.

Contexto geopolítico de Gaza e Ucrânia

Desde o ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, a faixa de Gaza tem sido palco de bombardeios incessantes, destruição de infraestrutura civil e escassez de assistência humanitária. Parallelamente, a guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, continua a gerar milhares de mortes e deslocamentos. Ambos os conflitos compartilham um padrão: a exploração de períodos de negociação de paz para intensificar ofensivas.

Os acordos de cessar‑fogo sugeridos por Egito e Catar, sob supervisão dos Estados Unidos, incluíam a libertação de reféns israelenses – vivos ou mortos – mas foram repetidamente adiados por Netanyahu, segundo Maierovitch.

Análise de Maierovitch: táticas paralelas

O jurista aponta que""tanto Netanyahu quanto Putin utilizam as negociações como cortina de fumaça." Em Gaza, a promessa de um cessar‑fogo cria expectativa de alívio humanitário, mas simultaneamente abre espaço para bombardeios mais pesados, como o ataque à Sagrada Família em Gaza, que matou dois fiéis durante a missa.

Na Ucrânia, após encontros encenados por Donald Trump no Alasca e na Casa Branca, Putin manteve um discurso de "prospects de paz" enquanto as forças russas avançavam em áreas estratégicas, aumentando o número de vítimas civis.

Maierovitch destaca ainda o relato de Padre Gabriel Romanelli, pároco da comunidade católica de Gaza, que contabilizou 54 mortes entre os cerca de 500 católicos residentes. "A tragédia teria sido maior se não fossem os 300 que conseguiram fugir pelo passo de Rafáh", enfatiza.

Repercussões da ICC

Em 11 de março de 2025, a International Criminal Court prendeu o ex‑presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, por crimes contra a humanidade – um marco que aumentou a pressão sobre líderes ainda no poder. Desde então, mandados foram emitidos contra Netanyahu e Putin, embora ambos ainda permaneçam impunes.

A ação da ICC sinaliza uma mudança de postura: ao invés de aguardar o fim de conflitos, a corte agora visa responsabilizar líderes enquanto a guerra ainda arde, lembrando os casos de Slobodan Milošević e Charles Taylor, cujas punições só chegaram após perderem influência regional.

Impacto sobre civis e infraestrutura

Impacto sobre civis e infraestrutura

  • Mais de 2.300 civis mortos em Gaza desde outubro de 2023, segundo a ONU.
  • Estima‑se que 7,5 milhões de ucranianos tenham sido deslocados internamente ou tenham buscado refúgio no exterior.
  • Hospitais, escolas e templos religiosos foram alvos deliberados: além da Sagrada Família, a igreja ortodoxa São Porfírio foi atingida, matando 16 fiéis.
  • A retirada da ONU da distribuição de alimentos, substituída por uma fundação privada acusada de vender ajuda no mercado negro, desencadeou tiroteios em filas de abastecimento.

Esses números reforçam o argumento de Maierovitch: ao manipular o discurso de paz, os dois líderes criam um ambiente de impunidade que alimenta a violência contra quem já está vulnerável.

Perspectivas futuras

Com a ICC mantendo os mandados, a comunidade internacional enfrenta um dilema: impor sanções eficazes ou arriscar a legitimidade das instituições jurídicas globais. Enquanto isso, a população civil continua presa entre bombardeios e negociações que pouco avançam.

Especialistas como a professora de direito internacional Cláudia Freitas apontam que a pressão diplomática sobre Israel e Rússia pode intensificar-se se novos casos de supostos crimes forem documentados. Entretanto, a real‑politik costuma sobrepor princípios à praticidade.

O que se espera, ao menos, é que a atenção global permaneça focada nas vítimas – crianças, idosos e mulheres – cujas histórias frequentemente se perdem nos relativismos estratégicos.

Principais fatos

  • 31/08/2025 – Wálter Maierovitch publica coluna no UOL Notícias comparando táticas de Netanyahu e Putin.
  • Mandados de prisão da ICC ainda não foram executados.
  • Bombardeio da Sagrada Família em Gaza mata dois fiéis durante missa.
  • 54 católicos mortos em Gaza desde 2023, segundo Padre Gabriel Romanelli.
  • Fundação privada substitui a ONU na distribuição de alimentos, gerando tiroteios em filas.
Frequently Asked Questions

Frequently Asked Questions

Como os mandados da ICC afetam Netanyahu e Putin?

Os mandados impedem viagens internacionais e aumentam a pressão diplomática. Porém, enquanto permanecem no poder e contam com apoio interno, a execução prática ainda é limitada, gerando um impasse jurídico‑político.

Qual foi o papel de Donald Trump nas negociações citadas?

Segundo a coluna de Maierovitch, Trump organizou encontros simbólicos no Alasca e na Casa Branca, que serviram mais como encenação de boa‑fé do que como reais impulsionadores de paz, permitindo que Putin mantivesse a retórica enquanto avançava militarmente.

Quantas vítimas civis foram registradas nos ataques recentes a lugares de culto?

Além dos dois fiéis mortos na Sagrada Família, 16 pessoas morreram na igreja ortodoxa São Porfírio. As autoridades locais estimam que dezenas de outras vítimas foram feridas em ataques a escolas e hospitais.

O que a comunidade internacional pode fazer para proteger civis?

Pressão por investigações independentes, aumento de sanções a indivíduos e a garantia de canais humanitários seguros são medidas recomendadas por especialistas; porém a efetividade depende da vontade política dos países envolvidos.

Quais são as próximas etapas para a ICC no caso de Netanyahu e Putin?

A corte pode solicitar mandatos de prisão adicionais, abrir processos judiciais e intensificar a coleta de evidências. Enquanto isso, observará a resposta dos tribunais nacionais e da comunidade diplomática a esses esforços.

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Adrielle Estheffane

Sou jornalista especializada em notícias diárias do Brasil. Gosto de explorar e escrever sobre eventos atuais e suas implicações na sociedade. Minhas reportagens buscam informar e provocar reflexão nos leitores, sempre com um olhar crítico e detalhado.

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