Palmeiras faz virada histórica e vai à final da Libertadores pela sétima vez

Home > Palmeiras faz virada histórica e vai à final da Libertadores pela sétima vez
Palmeiras faz virada histórica e vai à final da Libertadores pela sétima vez
Adrielle Estheffane out 31 2025 0

O Palmeiras escreveu mais uma página inesquecível na história do futebol sul-americano. Na noite de quarta-feira, 30 de outubro de 2025, o clube paulista eliminou a Liga Deportiva Universitaria (LDU) por 4 a 0 no Allianz Parque, em São Paulo, revertendo uma derrota de 3 a 0 sofrida em Quito na partida de ida — uma virada jamais vista nas semifinais da Copa Libertadores. Com o placar agregado de 4 a 3, o Verdão garantiu sua sétima final continental, superando o que parecia impossível. E não foi só a vitória que emocionou: foi a forma como aconteceu. Com 39.000 torcedores gritando como se o mundo estivesse prestes a acabar, o time de Abel Ferreira jogou como se o tempo tivesse parado. Não havia estatísticas, não havia lógica. Só coragem.

Uma noite que desafiou a lógica estatística

A LDU chegava à semifinal com um recorde assustador: 46 jogos em 2025 sob o comando do técnico brasileiro Thiago Nunes, e apenas nove derrotas. Nenhuma delas por três ou mais gols. Nenhuma. A equipe equatoriana era um muro. Um time que não se quebrava. E, ainda assim, o Palmeiras veio com um plano que parecia loucura: jogar como se já estivesse na frente. O técnico português não pediu contenção. Pediu guerra. E os jogadores entenderam. Vitor Roque, o jovem atacante, respirava fundo enquanto o hino nacional ecoava no estádio. Era o silêncio antes da tempestade.

As mudanças que mudaram tudo

Abel Ferreira fez três alterações cruciais. Saiu Emi Martínez, entrou Bruno Fuchs. Saiu Felipe Anderson, entrou Ramón Sosa — um jogador mais agressivo, mais incisivo. E na direita, Allan, que até então era visto como um reforço de rodízio, virou o jogador mais importante da noite. O esquema 3-5-2, raramente usado por Ferreira em jogos decisivos, funcionou como um relógio suíço. O meio-campo, com Raphael Veiga e Dudu, dominou o centro do campo como se fosse sua propriedade. E quando a LDU tentou pressionar, o Palmeiras respondia com velocidade, com precisão, com frieza.

Os gols que fizeram história

O primeiro gol veio aos 22 minutos do primeiro tempo. Ramón Sosa, em uma jogada isolada pela esquerda, cruzou rasteiro e Bruno Fuchs, que havia sido promovido da defesa para o ataque em função da pressão, desviou com a cabeça. 1 a 0. O estádio explodiu. Mas ainda faltavam dois gols. Na etapa final, Abel Ferreira entrou com Veiga — o mesmo jogador que havia sido reserva em Quito. Ele entrou no 57º minuto. E aos 68, desviou de cabeça em cobrança de escanteio. 2 a 0. A LDU já não tinha mais esperança. Aos 79, Veiga fez o terceiro, em chute de fora da área, que desviou na defesa e entrou no canto. E aos 86, ele fez o quarto, em contra-ataque rápido, finalizando com a perna esquerda, como se tivesse treinado aquilo mil vezes. Quatro gols. Quatro momentos que transformaram uma derrota em lenda.

Um confronto que volta a definir o Brasil

A final será contra o Flamengo, que venceu o Racing da Argentina por 2 a 1 no agregado. É o mesmo duelo de 2021 — quando o Palmeiras levantou a taça na prorrogação, no Maracanã. Agora, será em Lima, no Estádio Monumental, em 29 de novembro de 2025. E mais: com essa final, o Brasil garante seu sétimo título consecutivo na Libertadores. O último campeão de fora do país foi o River Plate, em 2018. Se o Palmeiras vencer, o Brasil igualará a Argentina com 25 títulos na história da competição. Um empate técnico, mas um abismo emocional. O futebol brasileiro não está apenas competindo. Está dominando.

Por que isso importa além do campo?

Por que isso importa além do campo?

Viradas de três gols ou mais em semifinais da Libertadores aconteceram apenas duas vezes antes — e ambas foram em finais, não em semifinais. Isso aqui é algo novo. É um golpe na ideia de que “o impossível” existe. O Palmeiras não teve mais talento que a LDU. Não teve mais dinheiro. Teve mais vontade. Mais coesão. Mais identidade. E isso, em um mundo onde tudo é medido por números, é o que mais assusta os adversários. A LDU não perdeu por falta de técnica. Perdeu porque o Palmeiras decidiu que, naquela noite, a história não ia seguir o roteiro.

O que vem agora?

A final em Lima será um teste de força mental. O Flamengo, com a pressão de ser o clube mais popular do Brasil, enfrentará um Palmeiras que já provou que não teme nada. Abel Ferreira, que já venceu a Libertadores em 2020 e 2021, pode se tornar o primeiro técnico a conquistar três títulos consecutivos na competição. E Raphael Veiga? Ele pode virar o herói da geração. Afinal, quem imagina que um reserva, no meio de uma semifinal, faria dois gols e viraria o jogo?

Frequently Asked Questions

Como foi possível o Palmeiras reverter uma derrota de 3 a 0 em uma semifinal da Libertadores?

Nunca antes na história da Libertadores uma equipe havia revertido uma derrota de 3 a 0 nas semifinais. O Palmeiras conseguiu graças a uma combinação de tática imprevisível, pressão psicológica da torcida e a entrada decisiva de Raphael Veiga, que marcou os dois últimos gols. A LDU, que nunca havia perdido por três gols em 46 jogos em 2025, entrou em colapso após o segundo gol, sem reação.

Quem é Raphael Veiga e por que sua atuação foi tão crucial?

Raphael Veiga era reserva na partida de ida em Quito, mas foi promovido por Abel Ferreira como um catalisador ofensivo. Ele marcou os dois gols decisivos no segundo tempo, com precisão e frieza. Seu desempenho foi o mais bem avaliado pela imprensa esportiva, com 9,2 de nota no GE. Ele não só marcou — ele assumiu a responsabilidade de liderar o time quando todos esperavam que ele ficasse na sombra.

Por que a LDU foi tão dominante antes da semifinal?

Sob o comando de Thiago Nunes, a LDU teve 64% de aproveitamento em 2025, com apenas nove derrotas e nenhuma por três gols de diferença. Era o time mais consistente da América do Sul. Mas sua força era defensiva — e o Palmeiras, com seu 3-5-2 agressivo, descobriu como romper essa estrutura, explorando espaços entre as linhas e usando a velocidade de Sosa e Allan.

O que essa vitória significa para o futebol brasileiro?

Com a final contra o Flamengo, o Brasil garante seu sétimo título consecutivo na Libertadores, superando a hegemonia argentina. Se o Palmeiras vencer, o Brasil empatará com a Argentina em 25 títulos cada — um marco histórico. Além disso, reforça o domínio técnico e tático do futebol brasileiro, que, mesmo sem grandes investimentos, continua produzindo equipes capazes de superar o impossível.

Qual foi o impacto da torcida no Allianz Parque?

Os 39.000 torcedores presentes criaram um ambiente tão intenso que a LDU admitiu, após o jogo, que não conseguia ouvir os comandos do técnico. O barulho foi registrado como o mais alto da história do estádio. A torcida não apenas apoiou — ela foi um jogador a mais. E, segundo o técnico Abel Ferreira, "a pressão do público foi o décimo primeiro jogador que não entrou em campo, mas que nunca saiu".

Onde será a final e qual é a importância do local?

A final será no Estádio Monumental, em Lima, Peru, em 29 de novembro de 2025. É a primeira vez que a final da Libertadores será disputada em jogo único fora do Brasil ou da Argentina. O local foi escolhido pela Conmebol por sua neutralidade, mas também por sua capacidade de receber mais de 60.000 pessoas — o que garante um ambiente eletrizante. Para o Palmeiras, é um desafio: jogar longe de casa, mas com o peso da história nas costas.

Tags:
Image

Adrielle Estheffane

Sou jornalista especializada em notícias diárias do Brasil. Gosto de explorar e escrever sobre eventos atuais e suas implicações na sociedade. Minhas reportagens buscam informar e provocar reflexão nos leitores, sempre com um olhar crítico e detalhado.