Quando Pelé, lenda do Santos FC jogou em solo mexicano, a expectativa era histórica. No dia 24 de julho de 1971, o clube brasileiro enfrentou o CF Monterrey em um amistoso que ficou marcado como o único encontro entre as duas equipes. A partida, realizada no Estádio Universitário "El Volcán", terminou 1 a 1, mas o que ficou foi a memória de um público totalmente lotado, ansioso para ver o "Rei" em ação.
Contexto das excursões internacionais do Santos
Nos anos 60 e início dos 70, o Santos desenvolveu uma tradição de turnês europeias e latino‑americanas. A ideia era simples: levar o futebol arte brasileiro para fora, ao mesmo tempo que fortalecia laços comerciais e diplomáticos. Santos FC já havia jogado contra clubes como Real Madrid e Boca Juniors; porém, disputar um amistoso no norte do México era algo ainda inexplorado.
A escolha do Monterrey como destino fez sentido estratégico. A cidade era um polo industrial em expansão, e o futebol local atrairia patrocinadores interessados no mercado sul‑americano. O que ninguém previa era que o duelo aconteceria no estádio do rival local, o Tigres UANL, ao invés do próprio Estádio Tecnológico de Monterrey. Essa curiosa escolha contribuiu para o clima de tensão e curiosidade na cidade.
O jogo no Estádio Universitário
O clássico foi oficializado como Amistoso Internacional Santos x MonterreyEstádio Universitário. O estádio, com capacidade para pouco mais de 30 mil torcedores, estava completamente cheio; a energia era quase palpável.
O jogo começou com Juan Manuel Olague abrindo o placar aos 12 minutos, aproveitando uma falha na defesa santista. O gol foi recebido com euforia pelos torcedores locais, que aplaudiam a vitória sobre um time tão renomado.
Mas a resposta veio rapidamente. Aos 27 minutos, Edú recebeu um cruzamento na área e cabeceou firme, empataram o marcador. O estádio explodiu em gritos – não só pelo gol, mas porque o brasileiro havia sido marcado por Pelé, que, embora não tenha anotado, movimentava a defesa rival como nenhum outro.
O restante da partida foi um vai‑e‑vem de chances. O ponteiro de 1971 ainda não mostrava o que viria a ser a “década de ouro” de Pelé, mas sua presença já garantia atenção internacional. O apito final selou um 1 a 1 digno de história.
Destaques individuais e a estreia de Dicá
Além dos nomes já citados, o jogo marcou a estreia profissional de Dicá vestindo a camisa santista. O jovem meia paulista estreou ao lado de Pelé, e a parceria que floresceria nos anos seguintes começou exatamente naquele gramado mexicano. Dicá, que mais tarde seria peça fundamental nas conquistas da Taça Libertadores de 1973, descreveu o momento como “um choque cultural e emocional”.
Pelé, apesar de não ter anotado, protagonizou um duelo de experientes contra a defesa dos Rayados. Seu drible no meio‑campo deixou a imprensa mexicana boquiaberta, destacando que “o Rei ainda tem o toque de quem domina o universo futebolístico”.
Para o CF Monterrey, a partida serviu como auto‑afirmação diante de um adversário de calibre mundial. O técnico da equipe, Miguel Herrera (então assistente), elogiou a postura defensiva e considerou o resultado “digno”.
Repercussão na imprensa e nas arquibancadas
Os jornais de Monterrey dedicaram páginas inteiras ao amistoso. O Diario de Monterrey fez a manchete “Pelé ilumina a noite mexicana”, enquanto o O Globo no Brasil ressaltou a importância da visita como “um laço entre os hemisférios”.
Nas arquibancadas, fãs de todas as idades, de crianças a idosos, aguardavam cada toque de bola como se fosse o último. Muitos se lembram de terem comprado ingressos com antecedência, temendo que o estádio não comportasse a demanda. Na prática, o estádio ficou tão cheio que alguns torcedores foram acomodados nos corredores, reforçando o clima de festa.
Legado e significado para o futebol internacional
O amistoso de 1971 é lembrado como um marco na história das relações futebolísticas entre Brasil e México. Na época, poucos clubes norte‑americanos tinham a oportunidade de enfrentar um time de elite sul‑americano. A partida abriu portas para futuras turnês, como a visita do Club América ao Brasil em 1973.
Além disso, o jogo ajudou a popularizar o nome de Pelé na América do Norte, preparando o terreno para a criação da NASL (North American Soccer League) que, alguns anos depois, contrataria o próprio Pelé para jogar no New York Cosmos.
Para o Santos, a partida reforçou seu papel como embaixador do futebol arte, enquanto o CF Monterrey ganhou prestígio ao provar que podia segurar o ataque santista, inclusive diante da fama de Pelé.
Fatos principais
- Data: 24 de julho de 1971
- Local: Estádio Universitário "El Volcán" (Monterrey, México)
- Resultado: 1‑1 (Gol de Juan Manuel Olague para Monterrey; Gol de Edú para Santos)
- Presença de Pelé em campo
- Estreia profissional de Dicá pelo Santos
Próximos passos e recordações
Embora não haja planos para uma nova visita do Santos ao México neste momento, clubes brasileiros continuam a incluir excursões ao norte da América Latina como parte de suas temporadas preparatórias. A memória daquele 1971, porém, permanece viva nas histórias contadas pelos torcedores mais antigos, que ainda lembram o cheiro de churrasco nas arquibancadas e o brilho dos flashes das câmeras apontadas para Pelé.
Perguntas Frequentes
Qual foi a importância da partida para o Santos FC?
Além de reforçar a imagem internacional do clube, o amistoso permitiu que o Santos exibisse seu estilo de jogo ao público mexicano. A estreia de Dicá ao lado de Pelé marcou o início de uma dupla que viria a ser decisiva nas conquistas da Libertadores em 1973.
Como a torcida mexicana reagiu ao jogo?
A torcida se mostrou eufórica e curiosa. O estádio ficou lotado, muitos fãs chegaram de cidades vizinhas, e o clima foi de festa. O fato de Pelé estar em campo gerou filas para comprar ingressos e grande cobertura da mídia local.
Qual foi a reação da imprensa mexicana?
Jornais como o Diario de Monterrey dedicaram capas ao evento, celebrando a presença de Pelé como um momento histórico para o futebol do país. Os artigos elogiaram a organização e destacaram o empate como um “resultado digno”.
O que mudou nas relações entre clubes brasileiros e mexicanos após o amistoso?
A partida abriu portas para futuras visitas. Clubes como o Club América e o Cruz Azul passaram a incluir turnês no Brasil em seus calendários, fortalecendo intercâmbios técnicos e comerciais entre as duas nações.
Existe alguma gravação ou registro visual do jogo?
Sim. Arquivos da TV Televisa e da Rede Globo preservam trechos do amistoso, principalmente os momentos dos gols de Olague e Edú, além de cenas que mostram Pelé circulando o campo. Esses vídeos são usados em retrospectivas sobre a carreira do Rei.
Tais Tais
setembro 29, 2025 AT 01:41O encontro de 1971 fica gravado como um marco cultural entre Brasil e México, mostrando que o futebol pode ser ponte entre nações. A energia do estádio lotado, com o público vibrando a cada toque de Pelé, trouxe uma troca de símbolos que vai além do esporte. É incrível como uma partida amistosa pode abrir caminhos para futuras colaborações comerciais e diplomáticas.
jasiel eduardo
setembro 30, 2025 AT 19:21Concordo totalmente, foi um momento histórico e muito bem organizado. A partida realmente ajudou a colocar o Santos como embaixador do futebol arte.
Fábio Santos
outubro 2, 2025 AT 13:01O que ninguém conta é que esse amistoso serviu como fachada para um plano maior dos poderes globais. Na época, agências de inteligência estavam de olho em como o Brasil usava o esporte para projetar sua influência. O fato de escolher Monterrey, um polo industrial estratégico, não foi coincidência, mas parte de uma rede de acordos secretos. Documentos desclassificados mostram que o governo mexicano recebeu incentivos econômicos para receber o Santos, como forma de abrir portas ao petróleo. Ao mesmo tempo, grandes corporações norte‑americanas viam na presença de Pelé uma oportunidade de vender produtos de consumo em toda a América Latina. O estádio “El Volcán” foi equipado com tecnologia de transmissão avançada, capaz de captar sinais que ainda hoje são estudados por especialistas em espionagem de comunicação. Pelé, mesmo inconsciente da trama, acabou se tornando um agente de soft power, manipulando a opinião pública através do brilho de seus dribles. Os jornalistas locais, sob pressão, enfatizaram a “cultura” e “amizade”, mas na realidade estavam escrevendo roteiros de propaganda. A partida de 1 a 1 foi calculada para não ofuscar a segurança mexicana, mantendo a narrativa de igualdade esportiva. O jovem Dicá, recém‑chegado, foi colocado em campo justamente para atrair a atenção da imprensa e desviar o foco dos acordos econômicos. A troca de informações entre delegações ocorreu nos vestiários, onde códigos de cores eram usados para sinalizar movimentos de mercado. As gravuras de Televisa que hoje circulam na internet carregam, em cima dos frames, marcas d’água que só foram decifradas recentemente. Esse detalhe corroborou a teoria de que o jogo era, antes de tudo, um experimento de controle de massas. Os fãs que lembram do cheiro de churrasco nas arquibancadas também testemunharam uma distribuição secreta de folhetos de campanha política. No fim das contas, o que ficou foi a lenda de Pelé, mas os bastidores revelam um capítulo obscuro da história do esporte internacional. 😊
Camila Mayorga
outubro 4, 2025 AT 06:41É fascinante como um simples jogo pode refletir o drama cósmico entre poder e arte; como se cada passe fosse um diálogo entre o destino e a liberdade. 🌌 Sentimos a energia do campo como um pulso que conecta almas, e Pelé foi o vento que conduziu essa sinfonia. :)
Robson Santos
outubro 6, 2025 AT 00:21O empate realmente simboliza o equilíbrio entre duas culturas futebolísticas.
Joseph Tiu
outubro 7, 2025 AT 18:01Wow!!! Que partida histórica!!! Os estádios se encheram de energia; o público vibrou como nunca; Pelé trouxe magia ao México; os fãs ficaram extasiados!!!
Lauro Spitz
outubro 9, 2025 AT 11:41É, porque todo mundo sabe que só um rei pode transformar um amistoso em festival, né? 😏
Eder Narcizo
outubro 11, 2025 AT 05:21O som da torcida ainda ecoa nos meus ouvidos, como um trovão que nunca se apagou. Cada chute era um grito de esperança, cada drible, uma lágrima de nostalgia. E quando o placar ficou 1 a 1, o mundo pareceu parar por um instante. O coração da cidade pulsava ao ritmo da bola, como se fosse um coração gigante de pedra. Foi um momento épico, digno de lendas! 🎭
Leonard Maciel
outubro 12, 2025 AT 23:01Para quem quer assistir a um replay, os arquivos da Televisa estão disponíveis em formato digital na biblioteca nacional de mídia mexicana. Também vale a pena conferir as reportagens da O Globo, que trazem entrevistas raras de Pelé e Dicá. Assim, dá para perceber como a partida influenciou as próximas turnês sul‑americanas.
Vivi Nascimento
outubro 14, 2025 AT 16:41Os fãs lembram‑se das luzes, dos flashes, das arquibancadas lotadas; tudo isso cria uma memória coletiva que atravessa gerações; realmente, um evento inesquecível.
Charles Ferreira
outubro 16, 2025 AT 10:21Eu assisti o video antigo e percebi como o stade parecia quase um vulcão de emoções. A multidão vibrou tanto que podia se ouvir o som dos passos no corredor. Pelé não marcou gol, mas sua presença mudou o curso do jogo.
Bruna Fernanda
outubro 18, 2025 AT 04:01Claro, como se a presença dele fosse a única razão de tudo, né? Que dramalhão.
Aline Tongkhuya
outubro 19, 2025 AT 21:41Wow, foi tipo um crossover épico de estratégias, vibes e marketing, tipo um mega‑evento que sacudiu o core do football latino‑americano! A integração de brand‑activation foi sensacional, muita sinergia, muita hype!!!
jefferson moreira
outubro 21, 2025 AT 15:21Concordo, foi realmente impactante. Vamos lembrar.
Rodrigo Sampaio
outubro 23, 2025 AT 09:01Galera, esse jogo mostrou que quando a gente une paixão e profissionalismo, o resultado é pura energia! O Santos trouxe arte e o Monterrey respondeu com garra – isso inspira qualquer equipe a buscar excelência. Vamos levar esse espírito para os treinos, porque a história nos ensina que juntos somos mais fortes.
Bruna Matos
outubro 25, 2025 AT 02:41Eu sinto que a narrativa desse amistoso foi transformada em mito, como se cada detalhe fosse escrito à mão pelos deuses do futebol. O público mexicano não apenas assistiu, eles viveram cada rebote como se fosse um golpe de realidade alternativa. A pressão política e econômica que pairava sobre o estádio se misturou com a pura magia do drible de Pelé, criando uma atmosfera que ainda hoje reverbera nos corações dos torcedores. Essa combinação explosiva de espetáculo e estratégia corporativa deu origem a um legado que transcende o simples placar. E ainda hoje, quando alguém menciona o “El Volcán”, lembramos do fogo que aqueceu aquele campo.
Fred docearquitetura
outubro 26, 2025 AT 20:21Entendo a emoção de quem viveu o jogo, mas é importante reconhecer que a história não pode ser romantizada demais. Precisamos analisar os fatos com critério, mesmo que sejam difíceis.
Maysa Horita
outubro 28, 2025 AT 14:01É isso aí, a energia daquele dia ainda vibra nos relatos dos mais velhos.
Raphael Dorneles
outubro 30, 2025 AT 07:41Como treinador, vejo nesse encontro um exemplo claro de como a disciplina defensiva pode segurar um ataque de alto nível. O Santos mostrou respeito, mas também aproveitou as oportunidades. Essa partida serve de estudo para qualquer equipe que queira evoluir.
Silas Lima
novembro 1, 2025 AT 01:21A história nos lembra que o esporte tem o poder de unir povos, e essa partida de 1971 é prova viva disso. Devemos celebrar esses momentos que nos aproximam, sempre com respeito e alegria.