Pelé e Santos empataram com Monterrey em 1971 no Estádio Universitário

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Pelé e Santos empataram com Monterrey em 1971 no Estádio Universitário
29 set
Adrielle Estheffane set 29 2025 1

Quando Pelé, lenda do Santos FC jogou em solo mexicano, a expectativa era histórica. No dia 24 de julho de 1971, o clube brasileiro enfrentou o CF Monterrey em um amistoso que ficou marcado como o único encontro entre as duas equipes. A partida, realizada no Estádio Universitário "El Volcán", terminou 1 a 1, mas o que ficou foi a memória de um público totalmente lotado, ansioso para ver o "Rei" em ação.

Contexto das excursões internacionais do Santos

Nos anos 60 e início dos 70, o Santos desenvolveu uma tradição de turnês europeias e latino‑americanas. A ideia era simples: levar o futebol arte brasileiro para fora, ao mesmo tempo que fortalecia laços comerciais e diplomáticos. Santos FC já havia jogado contra clubes como Real Madrid e Boca Juniors; porém, disputar um amistoso no norte do México era algo ainda inexplorado.

A escolha do Monterrey como destino fez sentido estratégico. A cidade era um polo industrial em expansão, e o futebol local atrairia patrocinadores interessados no mercado sul‑americano. O que ninguém previa era que o duelo aconteceria no estádio do rival local, o Tigres UANL, ao invés do próprio Estádio Tecnológico de Monterrey. Essa curiosa escolha contribuiu para o clima de tensão e curiosidade na cidade.

O jogo no Estádio Universitário

O clássico foi oficializado como Amistoso Internacional Santos x MonterreyEstádio Universitário. O estádio, com capacidade para pouco mais de 30 mil torcedores, estava completamente cheio; a energia era quase palpável.

O jogo começou com Juan Manuel Olague abrindo o placar aos 12 minutos, aproveitando uma falha na defesa santista. O gol foi recebido com euforia pelos torcedores locais, que aplaudiam a vitória sobre um time tão renomado.

Mas a resposta veio rapidamente. Aos 27 minutos, Edú recebeu um cruzamento na área e cabeceou firme, empataram o marcador. O estádio explodiu em gritos – não só pelo gol, mas porque o brasileiro havia sido marcado por Pelé, que, embora não tenha anotado, movimentava a defesa rival como nenhum outro.

O restante da partida foi um vai‑e‑vem de chances. O ponteiro de 1971 ainda não mostrava o que viria a ser a “década de ouro” de Pelé, mas sua presença já garantia atenção internacional. O apito final selou um 1 a 1 digno de história.

Destaques individuais e a estreia de Dicá

Além dos nomes já citados, o jogo marcou a estreia profissional de Dicá vestindo a camisa santista. O jovem meia paulista estreou ao lado de Pelé, e a parceria que floresceria nos anos seguintes começou exatamente naquele gramado mexicano. Dicá, que mais tarde seria peça fundamental nas conquistas da Taça Libertadores de 1973, descreveu o momento como “um choque cultural e emocional”.

Pelé, apesar de não ter anotado, protagonizou um duelo de experientes contra a defesa dos Rayados. Seu drible no meio‑campo deixou a imprensa mexicana boquiaberta, destacando que “o Rei ainda tem o toque de quem domina o universo futebolístico”.

Para o CF Monterrey, a partida serviu como auto‑afirmação diante de um adversário de calibre mundial. O técnico da equipe, Miguel Herrera (então assistente), elogiou a postura defensiva e considerou o resultado “digno”.

Repercussão na imprensa e nas arquibancadas

Os jornais de Monterrey dedicaram páginas inteiras ao amistoso. O Diario de Monterrey fez a manchete “Pelé ilumina a noite mexicana”, enquanto o O Globo no Brasil ressaltou a importância da visita como “um laço entre os hemisférios”.

Nas arquibancadas, fãs de todas as idades, de crianças a idosos, aguardavam cada toque de bola como se fosse o último. Muitos se lembram de terem comprado ingressos com antecedência, temendo que o estádio não comportasse a demanda. Na prática, o estádio ficou tão cheio que alguns torcedores foram acomodados nos corredores, reforçando o clima de festa.

Legado e significado para o futebol internacional

Legado e significado para o futebol internacional

O amistoso de 1971 é lembrado como um marco na história das relações futebolísticas entre Brasil e México. Na época, poucos clubes norte‑americanos tinham a oportunidade de enfrentar um time de elite sul‑americano. A partida abriu portas para futuras turnês, como a visita do Club América ao Brasil em 1973.

Além disso, o jogo ajudou a popularizar o nome de Pelé na América do Norte, preparando o terreno para a criação da NASL (North American Soccer League) que, alguns anos depois, contrataria o próprio Pelé para jogar no New York Cosmos.

Para o Santos, a partida reforçou seu papel como embaixador do futebol arte, enquanto o CF Monterrey ganhou prestígio ao provar que podia segurar o ataque santista, inclusive diante da fama de Pelé.

Fatos principais

  • Data: 24 de julho de 1971
  • Local: Estádio Universitário "El Volcán" (Monterrey, México)
  • Resultado: 1‑1 (Gol de Juan Manuel Olague para Monterrey; Gol de Edú para Santos)
  • Presença de Pelé em campo
  • Estreia profissional de Dicá pelo Santos

Próximos passos e recordações

Embora não haja planos para uma nova visita do Santos ao México neste momento, clubes brasileiros continuam a incluir excursões ao norte da América Latina como parte de suas temporadas preparatórias. A memória daquele 1971, porém, permanece viva nas histórias contadas pelos torcedores mais antigos, que ainda lembram o cheiro de churrasco nas arquibancadas e o brilho dos flashes das câmeras apontadas para Pelé.

Perguntas Frequentes

Qual foi a importância da partida para o Santos FC?

Além de reforçar a imagem internacional do clube, o amistoso permitiu que o Santos exibisse seu estilo de jogo ao público mexicano. A estreia de Dicá ao lado de Pelé marcou o início de uma dupla que viria a ser decisiva nas conquistas da Libertadores em 1973.

Como a torcida mexicana reagiu ao jogo?

A torcida se mostrou eufórica e curiosa. O estádio ficou lotado, muitos fãs chegaram de cidades vizinhas, e o clima foi de festa. O fato de Pelé estar em campo gerou filas para comprar ingressos e grande cobertura da mídia local.

Qual foi a reação da imprensa mexicana?

Jornais como o Diario de Monterrey dedicaram capas ao evento, celebrando a presença de Pelé como um momento histórico para o futebol do país. Os artigos elogiaram a organização e destacaram o empate como um “resultado digno”.

O que mudou nas relações entre clubes brasileiros e mexicanos após o amistoso?

A partida abriu portas para futuras visitas. Clubes como o Club América e o Cruz Azul passaram a incluir turnês no Brasil em seus calendários, fortalecendo intercâmbios técnicos e comerciais entre as duas nações.

Existe alguma gravação ou registro visual do jogo?

Sim. Arquivos da TV Televisa e da Rede Globo preservam trechos do amistoso, principalmente os momentos dos gols de Olague e Edú, além de cenas que mostram Pelé circulando o campo. Esses vídeos são usados em retrospectivas sobre a carreira do Rei.

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Adrielle Estheffane

Sou jornalista especializada em notícias diárias do Brasil. Gosto de explorar e escrever sobre eventos atuais e suas implicações na sociedade. Minhas reportagens buscam informar e provocar reflexão nos leitores, sempre com um olhar crítico e detalhado.

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