Cirurgia bariátrica: o que é, como funciona e o que esperar

Se você está cansado de dietas que não dão resultado e quer mudar de vez, a cirurgia bariátrica pode ser a solução. Não é um “remédio mágico”, mas um procedimento que ajuda a reduzir o peso de forma segura quando outras opções já falharam.

A primeira coisa a entender é que a bariátrica não é só cortar o estômago. Ela altera a forma como seu corpo absorve alimentos, reduzindo a quantidade que você consegue comer e, em alguns casos, diminuindo a absorção de nutrientes. O objetivo principal é melhorar a saúde: controlar diabetes, pressão alta, apneia do sono e outros problemas ligados à obesidade.

Tipos de cirurgia bariátrica

Existem três técnicas mais usadas no Brasil:

• Bypass gástrico (ou Roux‑en‑Y): cria um pequeno reservatório no estômago e redireciona parte do intestino, diminuindo a absorção de calorias.
• Sleeve vertical (gastrectomia vertical): remove cerca de 80% do estômago, deixando um tubo estreito. É menos invasivo que o bypass e não altera o intestino.
• Band (banda gástrica ajustável): coloca uma anel ao redor da parte superior do estômago. O tamanho pode ser ajustado, mas requer acompanhamento constante.

Cada tipo tem prós e contras. O bypass costuma dar a maior perda de peso, mas tem risco maior de deficiências nutricionais. O sleeve tem recuperação mais rápida e menos complicações, mas pode não ser tão eficaz em casos de obesidade muito severa. A banda é reversível, porém pode precisar de ajustes frequentes e tem taxa maior de necessidade de remoção.

Cuidados antes e depois da cirurgia

Antes de entrar na sala de cirurgia, você passará por avaliações clínicas, exames de sangue, nutricional e psicológica. O médico quer garantir que você está pronto física e emocionalmente. Também costuma exigir uma dieta líquida ou semilíquida nas semanas que antecedem o procedimento para reduzir o fígado e facilitar a operação.

No pós‑operatório, a alimentação muda radicalmente. Nos primeiros dias, tudo é líquido. Depois, passam‑se para purês, comidas macias e, finalmente, refeições normais, mas em porções bem menores. A regra de ouro é mastigar bem e comer devagar. Ignorar esse passo pode causar dor, vômito ou até complicações sérias.

Além da dieta, é fundamental seguir a suplementação de vitaminas e minerais. A bariátrica pode causar falta de ferro, B12, cálcio e outros nutrientes, então o médico prescreve suplemento vitalícia. Não adianta pular essa parte.

Exercícios físicos também entram logo após a cicatrização. Comece com caminhadas leves e, à medida que o corpo se adapta, inclua treinos de força. O movimento ajuda a manter a massa muscular que você perde com a restrição calórica.

Para escolher o melhor profissional, procure um cirurgião especializado em bariátrica, com registro no Conselho Regional de Medicina e experiência comprovada. Pergunte sobre o número de procedimentos realizados, taxa de complicações e resultados a longo prazo. Conversar com pacientes que já passaram pelo processo pode dar uma visão realista.

Por fim, lembre‑se de que a cirurgia é apenas uma ferramenta. O sucesso depende do seu engajamento diário: comer de forma equilibrada, fazer exercícios e manter o acompanhamento médico. Se você está pronto para mudar de vida, a bariátrica pode ser o pontapé que faltava.